14.8.11

As virgens.

A coruja pousa sobre a janela de vidro para ver os primeiros ensaios de duas virgens.
Virgens, lúcidas e nuas. Estavam elas jogadas em cima do colchão e as cobertas e os lençóis sob o chão, nesse frio que fizera nesses dias.
Só restava e bastava seus corpos, para esquentar a carne que implorava uma pela outra. Ensaiavam um sexo nunca feito, encenavam de tão perfeita forma. Os seios e as mãos, o corpo a corpo, os olhos nos olhos, estes que no silêncio dizia sobre a sua libido, o prazer, dizia sobre o desejo do pecado em ato. Estes mesmos olhos que minutos à frente estreitavam, os lábios eram mordidos, e os gemidos eram dados num clímax fatal. Um gemido que comprovava que a castidade nunca tivera sido a sua sina.

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